MATA ROMA
(São Luís, Maranhão, Brasil)
Poeta maranhense.
SUPLEMENTO CULTURAL & LITERARIO JP Guesa Errante ANUÁRIO. São Luís (MA), n. 5 – p. 1-129, 2007. Ex. bibl. Antonio Miranda
Em 1946, Mata Roma vivia uma grande paixão. Estava apaixonado por uma aluna que lhe inspirava antológicos sonetos. (...) Diante desse amor impossível (pelo
menos à época), dessa paixão arrebatadora e avassaladora, inebriado a ironia do destino, Mata Roma foi buscar na mitologia grega refúgio para as dores de seu
coração. E aí, compôs Tântalo, um dos mais belos sonetos da Literatura Maranhense.
TÂNTALO
Conta uma lenda antiga, cuja fama
Pelos tempos modernos inda voa,
Que lá no inferno, condenado à toa,
De fome e sede Tântalo rebrama.
Junto, corre uma fonte clara e boa.
Perto, um galho de frutas se recama.
Mas, se ele quer comer, se afasta a rama,
E, se tenta beber, a água se escoa.
Tem minha vida e a lenda o mesmo traço,
Flagela-me também um vão desejo,
Fome e sede incontidas também passo.
Punido como Tântalo me vejo:
Tão perto desse corpo, e não te abraço!
Tão junto dessa boca, e não te beijo!
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Página publicada em abril de 2021
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